terça-feira, 12 de outubro de 2010

Reverberações da 9ª Noite Poética

No último dia 30 de setembro, a Academia Onírica apresentou aos freqüentadores do Espaço cultural Canteiro de Obras, seu IX Encontro Poético, que teve como homenageado da noite o poeta chileno Pablo Neruda, uma das maiores expressões da poesia mundial. O evento renova as intenções da Academia de socializar o melhor das artes e de interagir com um público que precisa se apropriar da arte poética como algo lúdico, também de se insinuar a um público que não tem muito contato (pelos mais variados fatores), com a literatura,e, em especial, com a poesia.

O grupo experimentou nova concepção cenográfica, que trouxe ao espetáculo certo ar de sensualidade e de intimismo, bem como um quê de terra, de minério, uma coloração de nova estação, um aroma botânico, A ESPERANÇA DO RENASCIMENTO... tudo muito próprio da poesia de Neruda, do que a primavera anuncia e dos anseios da Academia Onírica.

A noite foi quente como as noites de setembro, e enquanto Neruda reverberava por todos os espaços do Canteiro de Obras, o clima ficava mais aconchegante, cheio da intensidade dos que se deixaram atingir pelos prazeres de Baco, de Dionísio... pelos prazeres de um clima astral cheio de fraternidade, de intercâmbios entre prazeres e saberes... A noite foi ascendendo, regada a água mineral, a destilados, a cervejas e a outros inspirantes...

Neruda e a primavera trouxeram a Ariane... A Ariane e a poesia de Neruda, tão parecidas, tão essenciais, tão voltadas e necessárias ao nosso coletivo onírico...

Este coletivo, que reúne diversidades, intensidades, anestésicos borgianos, xamanismos doorianos, orientalizações, busca de transcendentalidades, fogos sem artifícios, críticas de modelos, reinvenções (procura de originalidades), como Leminsk e Torquato tentaram, como Glaudeon, Valter Belo e outros amigos do Morro do Urubu, do Porenquanto, do Cabral... como meu olho chapado nos interrogatórios eclesiásticos... como ondas distantes da praia... como o Volei Bar, como o nego Valter, como o Dogno... Este coletivo, que começou a ser idealizado por duas mentes precisadas destes comprimidos (Kilito e eu), há quase vinte anos, busca através de olhares aguçados, de corpos sãos, de mentes sãs... novas primas, novas veras, novas floradas, que tragam a textura dos ipês, a modelagem colorida das palavras, de coisas que traduzam a vontade de ser artífice, que tragam o horizonte dos artistas...

A noite Neruda trouxe o Chico Castro, poesia em carne e verbo; trouxe o Barreto, gênio da raça; trouxe o João Carvalho (Joãozinho poeta), neurologista de ofício, literato que também semeia em nossa cidade esse remédio-poesia...

Esta noite trouxe principalmente uma juventude eletrizante que irradia vida, que disponibiliza alegria, que rasga protocolos... que consome estes remédios que a arte prescreve.

A Academia Onírica (Ariane, Demetrios, Fagão, Kilito, Laís, Thiago e Valadares) e seus parceiros agradecem pela noite prazerosa; agradecem as participações, as vozes, os corpos, o CORO que engrossa esse caldo. MÊS QUE VEM TEM MAIS...

Valadares

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