segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Acorde
E cante seu hino
Recolha de sua solidão
Verbos que digam prazer
Toque com sua mão
Palavras novas e pérolas

Permita-me tuas curvas
Permita-me tuas retas
O que de teus lábios embriaga
O que de teus olhos guia
O que de teus seios seduz

Disponha-me do âmbar e do néctar
Que proliferam de ti
E das coisas de teus cabelos
E dos ombros macios
Que sustentam esse vestido libidinoso
Que camufla teu veio orgasmático

E quando tua pele
Estiver tatuada na minha
E teu ângulo invernoso
For adubo para meu riso
Desacorrente essas peças que nos separam
E se enquadre inteira dentro de mim

Por que cada passo
Que dermos nunca será exato
Mas trará dentro de nós a aventura do voo
A consistência do gen
Trazida na substância do filho
Na lógica da filha...


Valadares

Um comentário:

  1. Belíssimo!

    O trecho "E teu ângulo invernoso / For adubo para meu riso" soou brilhante...

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