domingo, 27 de fevereiro de 2011

Fanzines: produção de mundos na tengente

quer saber mais sobre Fanzines?
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acesse o link:
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Novas da AO

Os oníricos informam que os Encontros Poéticos não irão mais acontecer todos os meses, passando para um formato bimestral.

Os Encontros Tarja Preta continuam na última quinta do mês, sendo o próximo em março.

A AO resolveu reorganizar suas atividades para 2011 visando um melhor planejamento, com a intenção de ampliá-las por outras vias.

Em breve postaremos mais informações sobre nossas atividades.

Agradecemos a compreensão de todos que sempre estão presentes nos encontros poéticos.

Fanzeiros do Século Passado

Está no ar a primeira parte do documentário Fanzineiros do Século Passado que foi lançado no último dia 12 no 1º Ugra Zine Fest em São Paulo. O documentário (idealizado, coordenado e dirigido por Márcio Sno) conta um pouco sobre a rede social analógica que se constituiu em torno dos fanzineiros e também sobre o processo de produção destas publicações alternativas, amadoras e independentes, e sua distribuição via correio.
Um registro interessante da cultura marginal. Esta é a primeira parte do documentário e as gravações para a segunda parte já estão sendo realizadas.

Aqui você pode assistir, na íntegra:
http://zinescopio.wordpress.com/2011/02/22/462/


SE NINGUÉM FAZ, FAÇAMOS!
Pesquisar, digitar, recortar, colar, diagramar, copiar, montar, dobrar, distribuir. Isso pode parecer algo muito simples quando se tem por perto um computador conectado à internet e uma impressora.

Porém, até a metade da década de 1990 para realizar essa tarefa era necessário ter alguns contatos, máquina de escrever, lápis, canetinha, tesoura, cola, dinheiro, grampeador, tempo e muita força de vontade. As redes eram formadas via carta e o processo era muito lento, mas nem por isso pouco energético.Assim era a vida dos Fanzineiros do Século Passado, que faziam de tudo – até burlar as leis – para fazer circular uma determinada informação. Simplesmente por estarem fartos de tudo que era padronizado, não ficaram apenasobservando e engolindo tudo que aparecia: eles foram lá e fizeram.

Fanzineiros do Século PassadoCapítulo 1: As dificuldades para botar o bloco na rua e a rede social analógicaIdealizado, coordenado e dirigido por MÁRCIO SNOCâmeras: MÁRCIO SNO e PATRÍCIA AMITRANOAssistente de Gravação: CALVIN KONNOEdição: MÁRCIO SNOTrilha Sonora: POINDEXTERDigital – Colorido – WidescreemDuração: 31’14São Paulo, Brasil – 2011

Texto retirado do blog: http://zinescopio.wordpress.com/

Outros links sobre fanzines:

http://www.youtube.com/watch?v=IUTSn0uUAFQ

http://www.youtube.com/watch?v=bthsYktebao&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=MCqZ6lKztVU&feature=related

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O Novíssimo Som de Teresina


MY SPACE GRUPO TRINCO:
http://www.myspace.com/trincothe





PARA FAZER O DOWNLOAD DOS DOIS EPs:
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# caso não consiga acessar o download diretamente,
copiar e colar o link no navegador

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Maníacos Em Busca Da Salvação

Um milhão de anjos em cólera gritam nas assembléias de cinza OH
Cidade de lábios tristes e trêmulos onde encontrar asilo na tua face?
Roberto Piva

Sentada na extremidade trêmula do abismo de seu dormitório,
Subindo cada andar com o máximo de desespero
Antes que as asas arrancassem do corpo e
Suas feridas comessem todos os insetos imaginários;
Um pulo e outro rumo ao centro da gaiola de ossos.

Sentada na extremidade, quase queda,
Do abismo que carregava em suas mãos
As portas se abriram sob seus pés
Com todos os seus crimes e armas para a libertação.

A fuga estava próxima, ao alcance dos lábios e
As lágrimas enxugavam-se a cada sensação de distância,
Embora Jesus beijasse a boca de seu companheiro e
O carro fosse rápido entre as nuvens escuras e o clarear do dia
Saltando todos os telhados com nossos delírios alcoolizados,
Fome nos olhos e carregando a bagagem como um caracol em mudança.

Conseguimos escalar várias paredes;
Criar pontes sobre o vão que perseguia nossas pernas.
Mas nossas penas de anjo logo se decomporam
Quando a chuva de luz solar nos atingiu:
Caímos sem pára-quedas para fora de nós mesmos,
Maníacos abandonados à deriva,
De volta ao “parapeito frágil do destino”.
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Demetrios Galvão
(poema do livro Fractais Semióticos, FUNDAC, 2005)
foto - Kátia Barbosa
Como quem não se tem em nenhum
Sobram cinzas e sugestivos carmins
Que tiram a atenção do mundo

A tensão do mundo vermelho
Martiriza o que ainda alvo
O que ainda não espelho

Ou o que ainda queda diante do olho
O que inebria e corta a pele
E apela ao que não sacia

A tesão por teus seios
Cheira a leite dorme teu colo
E se reacende como ave n’outro voo.


Valadares
foto - Kátia Barbosa


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

H. Dobal: a linguagem do tempo e seus artíficios


Menciona-se que, durante o período de composição dos poemas que figurariam em O Tempo Consequente, o poeta piauiense H. Dobal encontrava-se lendo escritores que se direcionavam para a angústia da existência humana, tais como Jean Paul Sartre, e desde o final da década de quarenta lia T.S. Eliot e Albert Camus. Quando da publicação de sua primeira obra, em 1966, no Rio de Janeiro, pela editora Artenova, administrada pelo também poeta piauiense Álvaro Pacheco, Hindemburgo Dobal Teixeira (1927-2008) já possuía alguma experiência poética, lapidada não por publicações imaturas e apressadas, mas por intenso labor e dedicação silenciosos que levaram o poeta a abandonar não apenas seus poemas da juventude, mas o próprio conceito artístico que os havia estruturado. Podemos afirmar então que se trata de um autor que estreava com uma forte carga de maturidade, com um projeto poético consistente, consciente e bem definido, bem como interessado pela condição existencial humana. Contava o poeta então 39 anos.

A partir do poema “Pedras”, constante em O Tempo Consequente, destacamos os seguintes versos: “Aqui os bois do agreste desgarrados / vêm pastar o silêncio e a calmaria / das tardes vêm ariscos ruminando / a lentidão dos dias o repouso / dos domingos espalhados na chapada.” Neste, e em diversos outros poemas, o abandono, a calmaria da tarde e do domingo são símbolos recorrentes da condição desoladora do ser humano na poesia de H. Dobal. Embora seja o silêncio e a calmaria o pasto das reses (que, no poema “Réquiem”, pastavam “a poeira”), e a lentidão e o repouso seu pasto ruminado, a inquietação é expressa nos bois, estes que “vêm ariscos”. Considerando o homem equivalente ao gado, conforme expressa a poética dobalina em vários momentos, é nesse sentido que o ser vivente se indispõe inutilmente à sua condição. Inutilmente porque “não foge o tempo ao que lhe cabe”, conforme se afirma nos versos de “Tempora”. Observando a utilização de imagens-chaves essenciais à sua obra, poderíamos também mencionar que não foge o ser ao que lhe cabe: o inevitável desolamento espalhado pela chapada. Ao longo do poema “Pedras”, Dobal faz uso de muitas dessas referências, constantes em vários poemas de O Tempo Consequente. “Aqui os bois do agreste...” nos remete a Introdução e Rondó sem Capricho (“Os boizinhos do agreste / estão na pele e nos ossos.”); “Como outros bichos...”, remete a Réquiem (“o homem e os outros bichos esquecidos.”) e Bestiário (“O homem e outros bichos que passeiam”); “A paisagem de cinza devorada”, remete novamente a Réquiem (“onde entanguidos bois pastam a poeira”, “tão revertida ao pó nesta paisagem / neste campo de cinza...”) e Bestiário (“neste campo de cinza te perseguem”); “E em nós a fome o perguntar calado:”, remete a Os Pescadores (“mas calam tudo como / seus cambos de peixe”); “e o tempo lhes sobra para as lembranças”, remete a Homem (“como se o tempo lhe sobrasse. E vagaroso / não conta as eras que se extinguem.”). “... o repouso / dos domingos espalhados na chapada.” encontra correspondência em Tempora (“... E nos concede os domingos / onde acuados sonhamos com outros domingos.”).

Uma hipótese corrente é a de que a linguagem dobalina seja “pobre”. Halan Silva, em As Formas Incompletas (p. 49), atribui a Cineas Santos, editor de Dobal, tal afirmação. “O vocabulário dos poemas, como tem enfatizado o professor Cineas Santos, é pobre, o que exige maior lucidez do escritor. É impressionante como consegue atingir tamanha expressividade poética usando um vocabulário tão diminuto e repetitivo.” Ressaltamos que o comentário em questão não é, em hipótese alguma, depreciativo, pois trata-se sobretudo de um elogio. Entendemos que se quis utilizar o termo “pobre” para indicar uma relação entre [forte expressividade] x [vocabulário diminuto]. Mas, nesse aspecto, não acreditamos que o termo “pobre” seja exato. Primeiro, os termos “conciso”, “sucinto” ou “reduzido ao essencial” talvez se apresentassem muito mais próximos daquilo que se tencionou expressar, sobretudo porque acreditamos que não se buscou afirmar que a linguagem de Dobal seja desprovida de maiores recursos. Segundo, em um poeta que utiliza em um mesmo poema termos tão díspares como: simulacra e mocós (Pedras) bestiário e cavalim (Bestiário); lonjura e DNOCS (Réquiem); compáscuo e desamor (Antilírica), para citarmos apenas alguns dos primeiros poemas de O Tempo Consequente, não deve, efetivamente, ser considerado de vocabulário “pobre”. Terceiro, as aliterações e assonâncias, como as demonstradas no primeiro verso de “Pedras” e observáveis em diversos versos e poemas, dentre outros recursos linguísticos presentes ao longo de toda sua obra, nos dão a devida prova de que o termo “pobre” não se aplica nem à linguagem nem ao vocabulário de Dobal. Só é possível compreender tal hipótese se entendida como antítese de verborragia, aspecto linguístico do qual a poética de Dobal se afasta plenamente. Então, acreditamos que o comentário de Cineas Santos, mencionado por Halan Silva, poderia estar se referindo justamente ao conjunto de expressões, imagens, signos, (alguns deles listados no final do parágrafo anterior) que se repetem ao longo da poética de O Tempo Consequente. E eis que na última estrofe de “Pedras”, Dobal escreve que: “O tempo gasta estas pedras / com mil artifícios repetidos.” E é através dessa linguagem do tempo e seus artifícios que o poeta repetidamente nos observa que somente resta ao homem a aceitação de domingos sem sucessão (portanto eternos) plantados entre as pedras da chapada.

[Publicado no jornal Diário do Povo, coluna Toda Palavra, 08 de fevereiro de 2011]
Adriano Lobão Aragão (colaborador)
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dEsEnrEdoS - uma revista de cultura e literatura

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

clicar na imagem
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Texto Imagen - Durvalino Couto
Madrugada Poesia


Os olhos pesam
A alma quer se sentir conectada
As paredes:
Concreto
O pensamento:
sintético
O ser humano sem demasias
Sem demoras se joga: língua
Os signos organizados
As sereias nadando em círculos
E o transtorno sendo burlado
Pela mão que desaba
Desata
Desatina a poesia
Pena, caneta, esfinge, teclado
Pesar, cantar, desistir? Jamais.
Pesadelo do protesto contido!
O escrito se aborrece com o fetiche do escritor
As palavras se tornam fugidias
Música
Música
Poesia.
Precisa de ritmo
Arritmia
Descontrola o pulso
Fecha o punho
Pomo da discórdia
Acordar mais uma vez para dentro de si
E descobrir que as fronteiras
Continuam ali para serem quebradas


Laís Romero
Foto - Kátia Barbosa

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

BREGANEJO BLUES novela trezoitão
de Bruno Azevêdo
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Quadrinhos e brega em novela policial

Você deve ter ouvido falar em Adailton & Adhaylton. Deve saber da ascensão meteórica da dupla goiana ao topo das paradas, da morte prematura de Adhaylton e da reviravolta que levou seu companheiro ao topo do topo. Não? Então você não pode deixar de ler o livro Breganejo Blues, do escritor Bruno Azevêdo.

Breganejo Blues é uma novela policial que mistura quadrinhos, música brega, histórias de corno e bang-bang. É sobre uma dupla sertaneja que, para alavancar a carreira, decide armar a morte de um de seus integrantes. Ou sobre uma dupla sertaneja que, como já era de se esperar, tem um integrante gay que, por sua vez, tem uma mulher de fachada que, por sua vez, é comida pelo outro integrante da dupla que, por sua vez, às vezes come inclusive o companheiro. Isso sem falar das fãs, que eventualmente engravidam e recebem uma grana para o aborto. É sobre a viúva do companheiro gay, que não sabe que o falecido na verdade está vivo, se mudou pra São Luís do Maranhão e pretende retomar a carreira de cantor como cantora, após uma bem-sucedida operação de mudança de sexo. É também sobre um taxista que, na verdade, é um detetive que só investiga casos de corno e é fã do X-9 brasileiro Bechara Jalkh e do mocinho de faroeste Tex!

Com uma linguagem crua, direta e um humor sarcástico, Bruno Azevêdo faz o leitor rir com tiradas imperdoáveis e um ritmo alucinante onde tudo acontece ao mesmo tempo a cada página.

Multimídia – Além da obra impressa, que sai pelo selo independente Pitomba e tem a capa assinada pelo consagrado desenhista Júlio Shimamoto, o livro tem lançamento simultâneo na internet, pela editora virtual Mojo Books (mojobooks.com.br, com capa de Pablo Mayer). No site, o leitor terá acesso a uma versão diferente da obra com links para as canções Quando eu peguei câncer e Não venha me dizer, da dupla Adailton & Adhaylton. O download é gratuito.

Bruno Azevêdo, 29, nasceu em São Luís. Publicou Hemóstase (contos), a Bailarina no Espelho (audioficção com o ator César Boaes) e tem inéditos O Monstro Souza (com Gabriel Girnos) e Poço. Publicou quadrinhos em diversos zines e na revista Graffiti76% quadrinhos; tem textos na Mojobooks e mantém o blog O PUTAQUIPARIU! Em bazevedo.blogspot.com.


Versão impressa
132 páginas. 135x176 cm.
Capa de Júlio Shimamoto
À venda em livrarias, comic shops e no site do autor.
Preço sugerido – R$ 15,00

Versão E-book/PDF
72 páginas. 5 mb (aprox)
Capa de Pablo Mayer
Download gratuito no mojobooks.com.br

Contatos:
Bruno Azevêdo
98-8159.0200
bazvdo@hotmail.com

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

o céu se brilha azul, se mostra nu
o céu abraça grande e é muito alto
o céu se vê daqui, se ouve aqui
o céu com qualquer nuvem pinta quadros
o céu se biblioteca, se orquestra,
se floresta – mas, não se justa forma
o céu se automóvel, se avião,
se muda uma cidade, se pra fora
o céu é maior do que qualquer coisa
é maior que o mais inteiro lugar
o céu é mais que o mar mais todo mar
antena de tv, cabelo, prédio,
árvore, dedo aponta para o céu
só um beijo amassa o céu
a gente tem um céu dentro do peito e
chama de coração – outro poeta,
antigo, chamaria firmamento
agora, o céu é massa – céu por cento.


Thiago E.
foto - Kátia Barbosa
foto - Kátia Barbosa

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

onde encontrar o cd Veículo q.s.p.?
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--> Canteiro de Obras <--
--> Moral <--
--> Olik <--
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R$: 10,00
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para fora de Teresina
R$: 15,00

AO + Quarterão = Veículo q.s.p


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vídeo do lançamento do cd Veículo q.s.p no Canteiro de Obras no dia 02/12/2010
Academia Onírica + Quarterão

Antecipações Poéticas


Há que se louvar aqueles que se dedicam a pesquisar, analisar ou divulgar a poesia neófita produzida no Brasil. Investir no novo requer um exercício complexo de discernimento e paciência, tamanha a enxurrada de edições, antologias, livros artesanais, livros digitais, sites, blogs, uma infinidade de versos e versejadores em busca de um mesmo lugar: o foco do olhar do leitor. Nesse emaranhado de palavras, deve-se valorizar o trabalho de pessoas como André Dick e Marco Lucchesi, por exemplo, que dedicam boa parte de seus esforços literários para compreender e propagar a obra de novos poetas contemporâneos. Acreditam, em seu labor, no valor de suas apostas, e assumem o compromisso de proferi-las. O lançamento do primeiro volume da série Poesia Contemporânea, intitulado Prévia Poesia, editada pela Risco Editorial, representa mais um esforço nesse sentido. Coordenada por André Dick, trata-se de uma realização do Governo de São Paulo e da Secretaria de Estado da Cultura, contando com a produção da Poiesis, Organização Social de Cultura, uma união de esforços em prol de um bem comum: a editoração e divulgação das realização poéticas de autores contemporâneos.
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Como o próprio título da antologia sugere, Prévia Poesia antecipa alguns poemas inéditos de 10 poetas, a maioria em vias de publicação. Um interessante contato, sobretudo para os autores, pois permite uma escuta de como sua obra está sendo lida, uma antecipação do caminho que permitiria um melhor equilíbrio dos passos. O apoio de projetos como esse deveria ser um exemplo a ser seguido pelas secretarias de cultura dos demais Estados (apesar de algumas, como a do Piauí, sequer honrarem compromissos editoriais assumidos há alguns anos através de concursos literários, o que demonstra sua falta de interesse nesse âmbito).
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Apesar de realizada pelo Estado de São Paulo, a antologia em nenhum momento mostrou-se bairrista. Buscou-se, ainda que breve, compor um painel que abrangesse diversas localidades e tendências, embora nenhum desses elementos possa ser compreendido como critério. O mais provável é que a geografia e a feição linguística da obra tenham espontaneamente apresentando seus matizes ao longo do processo de pesquisa e seleção, como as boas antologias costumam surgir. Não encontramos, pelo menos em uma primeira leitura, exemplos de uma poesia vigorosa e essencial, mas relevantes esforços em diversos momentos. Um bom indicativo para seguir em frente. Nas páginas de Prévia Poesia encontramos os versos de: André Ricardo Aguiar, paraibano de Itabaiana, antecipando “A idade das chuvas”, seu terceiro livro de poemas. Andréa Catrópa, paulista, além de autora, engajou-se na propagação da poesia contemporânea, tendo coeditado o jornal “O Casulo”, participado da organização da “Antologia Vacamarela – 17 poetas brasileiros do XX” e dirigido o programa de rádio sobre poesia contemporânea “Ondas Literárias”. Casé Lontra Marques, nascido em Volta Redonda (RJ), mas radicado em Vitória (ES), mantendo sua obra poética em intenso crescimento editorial e diversos experimentos estéticos, antecipa poemas de dois livros inéditos. Cláudio Trindade, paulista, residente em Florianópolis, artista visual e tradutor de haiku do poeta japonês Issa, explora os versos curtos e fragmentados em seu livro inédito “sem título”. Eduardo Jorge, cearense de Fortaleza, vive em Belo Horizonte (MG), antecipa poemas de “Minissérie casas-elástico”, livro contemplado com a Bolsa Funarte de Criação Literária, em 2010. Fabrício Marques, mineiro, antecipa “A fera incompletude”, contemplado com a Bolsa Funarte de Criação Literária, em 2008. Izabela Leal, carioca, pesquisadora e professora da Universidade Federal do Pará, apresenta poemas de “Correspondência”. Ranieri Ribas, baiano radicado em Teresina (PI), professor da Universidade Federal do Piauí, editou em 2004, pela Amálgama, “Os cactos de Lakatus” e, agora, antecipa poemas de “Aos renovos da erva”. Simone Homem de Mello, paulista, reside atualmente em Berlim, Alemanha. Como tradutora, dedica-se à poesia moderna e contemporânea de língua alemã e à obra do escritor austríaco Peter Handke. Tatiana Pequeno, carioca, apresenta poemas de seu segundo livro de poemas, “A torre fulminada”.
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É curioso notar que, dentre os participantes, a maioria não limita seu interesse poético apenas à produção. No prefácio da obra, Dick afirma que “aqui, neste livro que antecipa poemas de livros inéditos, também há poetas-tradutores, como Izabela Leal, Andréa Catrópa, Simone Homem de Mello, Cláudio Trindade e Eduardo Jorge, e críticos, como Ranieri Ribas, Fabrício Marques, Tatiana Pequeno e Andréa Catrópa, que analisam o cânone de Pound/Bloom, Leminski, poesia portuguesa e o cânone da crítica brasileira, respectivamente, além de um poeta que envereda também pela poesia infantojuvenil e pela crônica, como André Ricardo Aguiar.” Trata-se de um perfil bastante recorrente entre os atuais artífices do verso.
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Não há certeza alguma de que os poemas apresentados em Prévia Poesia sejam novamente publicados sob essa mesma feição, ou que os livros inéditos anunciados venham a ser editados, ou reescritos, ou mesmo abandonados em prol de novas experiências, mas o certo é que trabalhar com poesia é certamente um laboratório contínuo, aberto constantemente a novas vivências e, no caso da antologia em questão, novas participações, conforme expresso na orelha do livro: “Você, leitor/poeta, também pode mandar seus originais para o e-mail: riscoeditorial.ineditos@poiesis.org.br. A Risco Editorial tem o objetivo de que esta série se transforme num espaço para discussão da poesia contemporânea e revitalização da língua e da cultura.”


[Publicado no jornal Diário do Povo, coluna Toda Palavra, Teresina, 29 de dezembro de 2010]


Adriano Lobão (colaborador)
http://adrianolobao.blogspot.com/
dEsEnrEdoS - uma revista de cultura e literatura
http://www.desenredos.com.br/