domingo, 13 de março de 2011

O Titã


Baruc Espinosa era terrível! Polidor extraordinário de lentes, visionário, poeta e repentista. Costumava prevê o futuro olhando o fundo de uma bacia cheia de água... Sempre que tinha arroubos de esperança, vestia o melhor terno, postava-se escorado em um velho poste na Rua Petit e sorrateiramente escolhia a melhor presa... Ninguém sabia ao certo a sua religião... Havia quem dissesse que ele, ensimesmado e rútilo, acostumado a própria imagem no funda das lentes, fosse apenas uma espécie de Narciso, aparentemente calmo e delicado, que guardava no fundo de um velho baú em sua biblioteca, um exemplar do segundo livro da Poética de Aristóteles...
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Francisco Denis Melo (colaborador, Sobral-CE)

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