sábado, 30 de abril de 2011

quando escrevo cavalo digo
corpo de metal forjado
cascos grossos desgastados
olhos de brilho falso


quando escrevo cavalo digo
narinas sujas de fumaça
sangue de origem negra
veias de borrachas secas


quando escrevo cavalo digo
força de outro bicho bravo
colado na pele de uma placa
num antigo terreno baldio


quando escrevo cavalo digo
arranhões por toda parte
esqueleto acabado no pátio
de ferros velhos retorcidos




Rubervam du Nascimento |colaborador|
in OS CAVALOS DE DOM RUFFATO, Fundação de Cultura Cidade do Recife - 2005.

Nenhum comentário:

Postar um comentário